Raúl Madrid

outubro 5, 2010

Com a transferência de Raúl para o Schalke 04, a temporada européia de 2010/11 será a 1ª em mais de uma década em que a camisa 7 do Real Madrid não será utilizada pelo atacante. Em 5 de novembro de 1994 Raúl González Blanco marcou, contra o Atlético de Madrid, o 1º dos 323 gols que fazem dele o maior artilheiro da história do Real Madrid, 16 gols à frente de Alfredo di Stéfano. Naquela temporada Raúl marcou mais 8 gols, sendo campeão espanhol em seu primeiro ano como profissional. Nas 15 temporadas seguintes ele liderou o Real na conquista de mais 5 campeonatos espanhóis, 3 Copas dos Campeões da Europa e 2 mundiais interclubes. Tendo disputado 741 jogos com o time da capital, Raúl foi artilheiro do campeonato em 99 e em 2001, bem como da Copa dos Campeões de 2000 e 2001.

Todos estes feitos fizeram de Raúl um ícone da história do Real Madrid, e em 2008 lhe renderam um contrato vitalício, automaticamente renovado a cada temporada em que o jogador disputasse um mínimo de 30 partidas. Em 2009/10 Raúl entrou em campo 39 vezes. Ainda assim o jogador e o presidente Florentino Pérez optaram pela não renovação do contrato. Raúl perdeu espaço para Cristiano Ronaldo e Higuaín no time titular.

Aos 33 anos Raúl entra para a lista de ídolos que o Real Madrid não mantém até o fim da carreira. O próprio di Stéfano, após 10 anos, não teve seu contrato renovado ao fim da temporada 1963/64, mesmo tendo jogado 24 das 30 partidas do campeonato. Aos 38 anos de idade foi encerrar sua carreira no Espanyol de Barcelona, para voltar ao Real Madrid anos depois como dirigente (caminho que Raúl pretende seguir). Emilio Butragueño passou 10 anos com os merengues e foi encerrar a carreira no Club Celaya, do México. Fernando Hierro foi o último capitão do Real Madrid antes de Raúl. Em 2003 foi para o Al Rayyan, do Qatar, e encerrou a carreira no Bolton um ano depois. Raúl passou a faixa de capitão para Iker Casillas, atual ídolo incontestável dos madridistas e que também tem um contrato vitalício.

PS.: Esse texto foi publicado na página 88 da revista Placar de outubro de 2010.

Clubes nas Copas

maio 5, 2010

Times que serviram de base para seleções que fizeram história em Copas do Mundo

HONVÉD/ HUNGRIA de 54

Em 1949 Gusztav Sebes era Ministro do esporte e técnico da seleção da Hungria quando assumiu o controle do Honved, o time do exército húngaro. A equipe já contava com Puskas e Bozsik. Para transformá-la na base da seleção, Sebes recrutou Kocsis, Czibor, Budai, Lorant e Grosics de outros times húngaros. Tanto entrosamento resultou no maior saldo de gols (17) e maior número de gols marcados (27) de uma Copa do Mundo.

AJAX/ HOLANDA de 74

Entre 1965 e 71 o técnico Rinus Michels desenvolveu no Ajax o Futebol Total. Bastou vestir Johan Cruyff, Johan Neeskens, Ruud Krol, John Rep, Arie Haan e Win Suurbier de laranja e metade do time holandês para a Copa de 74 estava pronto. Faltaram à Laranja Mecânica os títulos que sobraram ao Ajax: 4 nacionais, 3 europeus consecutivos e um mundial. Ao lado da Hungria de 54 é lembrado como o melhor time a não ganhar uma Copa.

BAYERN DE MUNIQUE/ ALEMANHA de 74

A dinastia do Ajax foi sucedida pela do Bayern de Munique, campeão europeu de 74, 75 e 76. A passagem do cetro aconteceu no Estádio Olímpico de Munique, quando Sepp Maier, Paul Breitner, Gerd Muller, Franz Beckenbauer, Uli Hoeness e Hans-Jorg Schwarzenbeck venceram a Holanda na final da Copa do Mundo, pouco mais de um mês após a conquista do campeonato europeu. Os 3 gols do jogo foram marcados por atletas do Bayern ou do Ajax.

RIVER PLATE/ ARGENTINA de 78

Campeão argentino de 75 e 77, finalista da Libertadores de 76, o River teve 5 jogadores no plantel argentino, alguns com papeis fundamentais para a conquista do mundial: o goleiro Fillol e o capitão Passarella disputaram cada minuto dos 7 jogos. O atacante Luque foi vice-artilheiro do time e o meia Ortiz ganhou titularidade nos jogos decisivos. Já o meia Alonso foi convocado apenas por pressão de membros da ditadura.

JUVENTUS/ ITÁLIA de 82

Assim como em 82, a Itália vai para a Copa de 2010 com o goleiro, os dois zagueiros e o lateral esquerdo da Juventus. Os lugares que hoje são de Buffon, Cannavaro, Chiellini e Grosso, há 28 anos eram de Dino Zoff, Gentile, Scirea e Cabrini. Para a campanha do tri a Juve cedeu ainda o meia Marco Tardelli e nosso querido Paolo Rossi. 9 dos 12 gols italianos naquele mundial foram marcados por jogadores bianconeri.

PS.: Uma versão desse texto pode ser encontrada na página 94 da revista Placar de maio de 2010.